domingo, 17 de outubro de 2010

Netuno, o Rei das Águas

Templo de Posêidon (Grécia)

O Deus Netuno (romano) também é conhecido por muitos como Posêidon (grego), pois os dois foram sincretizados ao longo do tempo. Mesmo com muitas semelhanças, é importante lembrar
que existem algumas diferenças entre os dois aspectos do Deus dos Mares. Enquanto o Posêidon grego possuía aspectos mais violentos e multifacetários, o Deus romano Netuno era muito mais associado aos mares e águas correntes.

Neptuno
Na mitologia, esse Deus é um dos filhos de Rhea e Cronos (Satvrno). É irmão de Zeus, Hades, Vesta (Héstia), Deméter (Ceres) e Hera (Juno). Entre os romanos, Netuno era inicialmente associado às águas doces. Apenas a partir do início do século IV a.C, quando foi sincretizado com o grego Posêidon, é que adquiriu aspectos de Deus Marinho. Salácia, sua contrapartida feminina, também era cultuada como uma Deusa das fontes, mas posteriormente passou a reger as águas marinhas, pois foi identificada com a Deusa grega Anfitrite, esposa de Posêidon. As Netunálias (ou Neptunálias) eram festas celebradas em honra de Netuno, bem como a sua esposa Salácia, Deusa (ou ninfa) Aquática, mãe de Tritão. As celebrações do culto de Neptuno também estão associadas a Venília, outra Deidade marítima, associada a Agitação do Mar. As Neptunálias foram registradas nos calendários mais antigos. 

Durante os dias 21, 22 e especialmente 23 de Julho, no auge do verão, eram celebradas várias atividades em honra a este Deus. Era nesse período em que a água se tornava mais escassa e todos se reuniam para pedir as bênçãos de Netuno para as atividades agrícolas. Para homenagear Neptuno, os marinheiros da Roma Antiga estabeleceram o Festival de Ludi Neptunalici (ou Jogos Neptunianos), onde ocorriam corridas de barcos, simulações de combates navais e outras atividades.
Celebração da Neptunália em Teresina (PI)
Esta festa sacra era realizada na antiguidade com a finalidade de conjurar a seca e pedir proteção para as atividades agrícolas. Nos três dias de festival os romanos iam para os campos e para as florestas, onde construíam pequenas cabanas com folhas e ramos, chamadas "tabernaculi" (ou tabernáculos). Sob a sombra dos tabernaculi, faziam banquetes ao ar livre, bebiam água das fontes, bem como vinho e outros alimentos consagrados ao Deus. Durante a noite faziam acampamentos e fogueiras para cozinhar e prolongar as celebrações pelo dia seguinte. Celebrar o Deus dos Mares assegurava fertilidade no campo e boas colheitas. 

Durante as celebrações atuais desse festival, pede-se por fertilidade e proteção para outras áreas da vida moderna. Na Roma Antiga existia um grandioso templo dedicado a Netuno, no Circo Flamínio. A construção do espaço de culto é atribuída a Cneu Domitius Enobarbus, cônsul em 32 a.C. Na estrutura do Templo era possível notar esculturas do arquiteto e escultor grego Escopas, representando várias divindades aquáticas, que apareciam sendo conduzidas por Posêidon e Tétis, realizado pelo arquiteto e escultor grego Escopas. 

Alguns atributos típicos encontrados em representações de Netuno são o Tridente, os Golfinhos e sua coroa. São comuns alguns símbolos e correspondências usados em ritos e oferendas envolvendo este arquétipo, alguns dos mais típicos são: Conchas, cavalos, coroa, cavalo marinho, tridente, algas marinhas e outras plantas aquáticas, barcos, golfinhos; peixes; ondas.

Um comentário:

Empório Bruxaria disse...

Bem interessante!
Gostei das curiosidades e diferenças entre os dois Deuses.

Um Abraço, Paz e Luz