sábado, 5 de fevereiro de 2011

Trabalho com as Sombras



PERÍODO DAS COLHEITAS
Por: Gaya

Este é um trabalho que inicia em LAMMAS, quando começamos a conhecer nossos antepassados: o quanto eles nos influenciaram, o que temos deles, as heranças que recebemos - física, objetos, carga emocional, traços de personalidade. É hora de fazermos nossa arvore genealógica.

Em MABOM é hora de trabalharmos toda essa carga que descobrimos em Lammas, é hora de separar o que é sombra do que é trabalho com antepassados. É hora de procurarmos resolver os conflitos com nossos antepassados - vivos e mortos. Para este trabalho é de vital importância entendermos que primeiro precisamos resolver primeiro “com nós mesmos” antes de resolvermos com o outro. Com isso descobrimos que, algumas vezes, basta resolvermos com nós mesmos.

Para alguns que já passaram pela roda algumas vezes, é hora de buscarmos respostas no passado, nas vidas passadas, pois elas nos ajudam a ver ciclos e padrões que devem ser mantidos, e outros que devem ser quebrados.

É hora de descobrir e aceitar nossas sombras, hora de entendermos o que realmente é sombra, a diferença de defeitos e traços de nossa personalidade (que não gostamos e não temos forças para mudar).
Sombra - é hora de olhá-la, reconhecê-la, caracterizá-la, nomeá-la, analisá-la: entender o porque ela existe, o quanto grande ela é ( quanto oposto ela se tornou de você?).

Repara bem, estes trabalhos devem INICIAR no dia do sabath e continuar em todo período. Isto é a roda, Sabaths que se complementam, interagem; período e não dia.

Finalmente chegamos em SAMHAIN, hora de honrar os antepassados, aquele que conhecemos, entendemos, aceitamos e fizemos as pazes em Lammas.
É hora de trabalharmos as sombras que descobrimos em Mabom, que nomeamos , caracterizamos e aceitamos como nossa e não do outro.

Aceitarmos nossas sombras como parte importante de nós é o primeiro passo feito em Mabom.
Entender porque e como ela nos afeta, analisar, entender a fundo todas as facetas desta nossa sombra, como e quando ela nos afeta, quem nos mostra “ela” – estes são os passos seguintes, feito em Mabom, para conseguirmos colocar em pratica o trabalho afetivo de nos tornarmos nossa sombra, em Samhaim. Para isso precisamos já ter tudo isso em mente (trabalho feito em MABOM).

É hora de descobrirmos as mascaras que usamos com os outros - descobrir que há uma grande diferença entre como nós nos vemos e como o outro nos vê - descobrirmos que usamos mascaras para nos mesmos.
É hora de descobrir quais as mascaras são saudáveis e qual mascara nos fazem mal, afastando-nos de nossas essências. É hora de aceitarmos algumas e nos livrarmos de outras. Para isso um dia não basta precisamos de todo o período de Samhaim.

Agora o que vejo acontecer é as pessoas deixarem para trabalhar tudo isso que deveria ser trabalhado no período da colheita (quase cinco meses) no dia de Samhaim.

Sim, um dia, pois as pessoas comemoram o dia e depois esquecem, até o próximo sabath (vejo as pessoas comemorando 8 dias, 8 Sabaths, e não uma roda, um ano); o que é uma pena, visto o quanto este trabalho é enriquecedor e indispensável no caminho sacerdotal wicano.

Devemos perceber que este é um trabalho encadeado, e durante toda roda devemos (pelo menos deveriamos) nos preparar, para em SAMHAIM nos tornarmos nossa sombra, um oposto muitas vezes daquilo que achamos que somos, aquilo que desprezamos, que não suportamos, e que iremos nos tornar.
Mas preste atenção, este ainda não é o último passo - primeiro temos que nos tornar o oposto, radicalmente, para depois buscarmos o equilíbrio - precisamos desta experiência (se se tornar o oposto) para mudarmos realmente, e não nos enganarmos, achando que realmente mudamos (auto sabotagem).
Um verdadeiro trabalho com sombras muda a maneira como vemos o mundo e a nós mesmos.

Um comentário:

Alexsandro disse...

otimo texto!
gostei muito da forma como foram colocadas as informações. realmente muito importante o trabalho com a sombra e o fator de trabalhar durante todo aquele periodo, aproveitando ao maximo as vibrações provenientes da epoca do sabat.

gostei muito.